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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Casa do Brasil


Casa do Brasil/Casa de Cabral




Centro histórico de Santarém, Portugal, esquina da estreita e movimentada rua Vila de Belmonte.
Na sua esquina uma casa restaurada nos tons de azul e branco chamam a atenção de quem por ali passa, no seu interior, histórias de um passado muito ligado à História do Brasil. Pois é provável que tenha sido lá a última morada do nosso descobridor, bem ao lado da igreja da Graça, onde está enterrado próximo à sua mulher, dona Isabel de Castro. Em 22 de abril do ano 2000, exatamente 500 anos após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, o antigo casarão, já então recuperado, foi inaugurado com o nome Casa do Brasil/Casa de Cabral e abrigará um centro de estudos cabralinos e brasileiros.
Ali funcionam alguns serviços e manifestações culturais.
Nas Quartas-Feiras no período da tarde, funciona como consulado do Brasil.



Composição.
Centro cultural municipal, dotado de duas áreas expositivas temporárias (galeria principal e galeria do bar/esplanada) e núcleo expositivo permanente (ao longo de todo o edifício) resultante de doações efectuadas pelos artistas plásticos que colaboram com a Casa do Brasil. Dispõe ainda de: um Auditório polivalente com capacidade para 80 lugares, um bar/esplanada, um jardim e terraços para realização de actividades culturais, através de uma programação cultural regular e multidisciplinar.


A reforma da casa é iniciativa da Câmara Municipal de Santarém com a colaboração brasileira da Organização Odebrecht, através da sua empresa portuguesa Bento Pedroso Construções Ltda. O projeto arquitetônico e a dinamização é de responsabilidade do arquiteto português José Augusto Rodrigues, Diretor da Divisão de Núcleos Históricos da municipalidade de Santarém.


Investigações históricas indicam que Cabral passou seus últimos dias naquele lugar. Não necessariamente naquela, mas talvez em uma casa construída naquele sítio, em cujos escombros devem ter sido erguidas outras ou acrescentadas estruturas de novas casas. Essa construção terá pertencido ao vasto patrimônio que ele, sua mulher, dona Isabel de Castro e seus parentes acumularam em Santarém.


A descoberta do valor histórico do casarão aconteceu quando, diante da ameaça de desabamento de suas ruínas, a Câmara Municipal de Santarém, antes da decisão de demoli-la, providenciou minuciosa verificação. Encontrou então fortes indícios de se tratar de um dos remanescentes do casario que os registros permitem concluir tenha pertencido a Cabral e seus familiares. Há documentos que provam que o descobridor foi residir nessa cidade logo após o Descobrimento do Brasil. E indicações de que as casas que existiram no local são as mesmas que, em 1560, dona Margarida da Silva, viúva de Fernando Álvares Cabral, primogênito do descobridor, vendeu ao Convento da Graça (situado ao lado da futura Casa de Cabral): certamente Fernando herdou-as do pai. A julgar por aí, a casa que agora se reedifica, em algum tempo e certamente com diferente formato, pertenceu de fato a Pedro Álvares.


Por todas essas evidências a Câmara optou por desapropriar e reconstruir o casarão, transformando-o em um espaço de evocação ao descobridor do Brasil no qual, entre outras atividades, funcionarão um centro de estudos e documentação sobre o Brasil, uma biblioteca cabralina e um núcleo de divulgação de edições sobre temas vinculados ao Brasil e a Cabral.


Com a restauração da casa e a reurbanização do seu entorno, todo aquele local, no coração do centro histórico de Santarém, veio a constituir uma forte e viva homenagem ao descobridor do Brasil: na frente da Igreja da Graça há o largo que se chama Pedro Álvares Cabral, onde foi instalada a estátua do descobridor, que anteriormente ficava em outro ponto do centro da cidade.

Curiosidades:
Consta dito por populares que antes da desapropriação, ali funcionava um estabelecimento denominado 14, e que era dado ao mais antigo comércio do mundo.

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Mercedes