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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Igreja da Misericórdia de Santarém

A construção da Igreja da Misericórdia, em meados do séc. XVI, ocorreu por especial empenho da rainha D. Catarina, regente pelo seu neto, D. Sebastião. A obra, assinada por um dos mais importantes arquitectos portugueses quinhentistas, Miguel Arruda, arquitecto da Casa Real, foi morosa e a sua conclusão deu-se apenas no período filipino.

Recebendo já as influências da Contra-Reforma, a igreja revela no seu interior o "mais impressionante dos espaços arquitectónicos do séc. XVI em Santarém". É um exemplo perfeito de igreja-salão, de soberbas proporções, com três naves , todas à mesma altura, com abóbadas de nervuras cruzadas, iluminadas por seis janelas rectangulares e sustentadas por dez colunas toscanas, decoradas com brutescos, elementos que conferem a estrutura espacial e monumentalidade ao conjunto.

A igreja foi originalmente pavimentada com ladrilho de barro rubro, que seria substituído, no primeiro quartel do séc. XVIII, pelo actual lajedo. Outras alterações, prejudiciais à harmonia original, foram introduzidas: o coro tardio, obra neo-clássica, que diminui o espaço interior ao aglutinar duas colunas e a substituição do retábulo maneirista por outro oitocentista de menos feliz execução.

Nada subsiste da fachada quinhentista. A actual, seccionada em termos verticais, com pórtico, três janelões ornados com conchas, festões, frisos de ábacos e outros elementos, e frontão golpeado, denuncia as campanhas subsequentes ao terramoto de 1755.








Tipologia
Arquitectura religiosa, maneirista, rococó. Igreja da Misericórdia com planta tipo igreja-salão (Hallenkirche) com 3 naves de 4 tramos à mesma altura e com presbitério sobrelevado em relação à nave. Linguagem maneirista presente no tratamento do espaço interno e na janela de canto da Sala da Irmandade, mas com fachada da igreja com exuberante decoração rococó. Na Sala do Consistório, silhar de azulejos neoclássicos com representação das Obras da Misericórdia Corporais.

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Mercedes