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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Lenda de São Frei Gil

Reza a lenda que Frei Gil, a caminho de Paris, é desviado para Toledo pelo diabo que lhe propõe ensinar-lhe magia como contrapartida da entrega da sua alma, através de um juramento assinado com o próprio sangue. Frei Gil, após assinatura do juramento, permaneceu numa gruta durante sete anos, adquirindo perícia na arte de medicar, capaz de causar assombro aos mestres em Paris. Um dia, apareceu-lhe um cavaleiro que lhe intimou a mudar de vida, sob pena de o matar. Frei Gil, aterrado, arrependeu-se e converteu-se, rogando à Mãe de Deus que lhe valesse. Nisto, apareceu o demónio a devolver-lhe o juramento que anos antes assinara com o próprio sangue, e começou assim a sua vida como Homem de Deus.


Curiosidades:
Após os estudos introdutórios de medicina, realizados em Portugal, Frei Gil aprofundou os seus conhecimentos médicos em Paris. A sua medicina reflecte as preocupações médicas da época, assim como as terapêuticas por ele instituídas são reveladoras do arsenal terapêutico ao seu dispor e do desenvolvimento da Farmácia, à época. Assim, encontram-se nas suas práticas médicas uma vertente um pouco arabizada, cruzada com práticas mágico-religiosas e de superstições, frequentes no período medieval. Os produtos mais utilizados na terapêutica eram os de origem vegetal, nomeadamente drogas como o heléboro, a arruda, a celidónia e ainda as malva, losna, funcho, etc. No que diz respeito às drogas de origem animal, recomendava o uso do leite de cabra, o mel, o fel de cabra e o leite de mulher. Entre algumas prescrições encontram-se o leite de cabra com heléboro para a névoa dos olhos, o cozimento de rebentos de malvas em água para a lepra.

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Mercedes